Num instante o passado pôde ser totalmente adentrado (invadido) por uma
vivência presentemente mole. Dureza e moleza se embatem, confrontam.
E onde, antes, existia uma dureza normal e adequadamente escolhida
(adaptada-aprendida), agora mesmo, revela-se uma dureza blindada, implacável,
lacradíssima que rolou com seu casco pelos barrancos do tempo.
Somente o desejo de destruição pode ser o legado de um passado
indignamente tolerante. Somente a extinção cabal da esperança pode por a salvo
o futuro, onde ele escape de uma passividade tosca, de somente esperar os
frutos de um presente omisso.
O aniquilamento é a única atitude pertinente, única salvação que poderá derrubar
a esperança e a fé de um dia vivermos felizes!
Então sem fé, sem esperança e sem tal futuro, viveremos felizes, no que
assim for possível, porém livres de desenganos.
E divorciados da procastinação, teceremos nova
vida, com os fios desse tempo que se chama agora.