Tricotando um casulo



Uma das coisas que adoro fazer no inverno é tricotar. Coincidentemente com meu atual estado reflexivo comparo essa atividade a uma espécie de hibernação:

"A hibernação é um mecanismo de sobrevivência utilizado por muitos animais em períodos em que as condições ambientais se encontram bastante adversas [...]
Diferentes animais em diferentes meios usam mecanismos variados de alteração do metabolismo que podem ser classificados de hibernação, estivação e torpor

[...] alguns animais reduzem seu metabolismo quando a temperatura cai drasticamente (é a forma mais comum), quando a quantidade de energia para mantê-los vivos é maior do que a que se encontra disponível
[...]
alguns deles usam esse estado letárgico como uma forma de reduzir ao máximo seu metabolismo (gastando menos energia). Assim, a energia de que dispõem será suficiente para mantê-los vivos até que as condições do meio sejam favoráveis novamente.

Para hibernar, os animais precisam se preparar. Alguns animais fazem estoques de alimentos em suas tocas e, vez ou outra durante o inverno, despertam brevemente para se alimentar. Outros animais fazem esse estoque de energia na forma de gordura corporal. E, por fim, há aqueles que usam as duas técnicas combinadas.

Outra etapa da preparação para o período de dormência, é a escolha do local ou hibernáculo. Alguns animais, como os ursos, escolhem cavernas rasas para hibernar de forma a ficar abrigados (o que ajuda a manter a temperatura) e ainda assim perceber as mudanças do clima (para saber a hora de despertar). Esquilos, lêmures e outros animais cavam tocas no solo e a recobrem com folhas, barro e outros materiais isolantes. E algumas espécies de insetos constroem casulos para hibernar". Por Caroline faria www infoescola com

Devaneios de cascos e teias


Num instante o passado pôde ser totalmente adentrado (invadido) por uma vivência presentemente mole. Dureza e moleza se embatem, confrontam.
E onde, antes, existia uma dureza normal e adequadamente escolhida (adaptada-aprendida), agora mesmo, revela-se uma dureza blindada, implacável, lacradíssima que rolou com seu casco pelos barrancos do tempo.


Então, solta da casca, surge uma coisa mole (que não ouso definir ou tocar), mas que, sendo patentemente, enfaticamente, biologicamente, inevitável e incontestavelmente mole, se volta para a dureza pregressa com tal indignação e superioridade, e questiona o passado duríssimo – ou melhor – nem crê nessa duríssima mentira e segue desfiando uma tardia autonomia-mole!

Somente o desejo de destruição pode ser o legado de um passado indignamente tolerante. Somente a extinção cabal da esperança pode por a salvo o futuro, onde ele escape de uma passividade tosca, de somente esperar os frutos de um presente omisso.

O aniquilamento é a única atitude pertinente, única salvação que poderá derrubar a esperança e a fé de um dia vivermos felizes!


Então sem fé, sem esperança e sem tal futuro, viveremos felizes, no que assim for possível, porém livres de desenganos. 
E divorciados da procastinação, teceremos nova vida, com os fios desse tempo que se chama agora.