A Metáfora do Jardim


Tempestade, ventos fortes, frio, muita água. Alguns seres do jardim foram levados. Agora já não se pode vê-los.
Falta, frio.
Presença virou ausência.
O aguaceiro destruiu algumas plantas, algumas flores se despedaçaram. Alguns ramos ficaram colados à terra com a face em lama.
Medo, lágrima.
Amanhã, o sol virá. Outros enxertos, brotos. Regas e adubação cuidadosas terão de ser pacientemente repetidas. Novas florações trarão alegria ao que esteve tão danificado. A vida é movimento, reparação, substituição, devastação, recuperação...

Qual o melhor caminho a seguir?

Muitos caminhos nos levam ao encontro de nossas emoções e decisões. Atravessar esses caminhos com autonomia e honestidade íntima pode favorecer uma atuação saudável e criativa no mundo.

Porque sentimos tantos medos, angústias, neuroses?


Muitas intervenções do dia a dia das nossas relações na cultura, na família, no lazer ou no trabalho, nos empurram para um comportamento adaptado que invariavelmente rouba um pouco dos nossos verdadeiros interesses em nome de uma certa conveniência e aceitação social.
Isso tende a favorecer o surgimento de uma persona cada vez mais ajustada em detrimento da manifestação singular do sujeito criativo que deveria habitar cada um de nós.
Para que as coisas, levadas a esse termo, parem de funcionar tão bem é só uma questão de tempo.
É aí que entram os sintomas, trazendo uma gama de mensagens sob as formas mais variadas como depressão, estresse, fobias, medos, ansiedades, pânico, toc, angústias, obesidade, impotência sexual, enfim, grande número de neuroses.
Nesse ponto, uma valiosa investigação e reflexão podem trazer algumas coisas para os lugares de onde nunca deveriam ter saído ou, ao contrário, levar coisas que já deveriam ter ido há muito tempo, ao seu irresistível, inegável, lugar...
Para isso, contar com ajuda profissional na hora de fazer tais ajustes é uma decisão pelo menos honesta; uma vez que não podemos ser ao mesmo tempo observador e observado, fica difícil conduzir sozinho as decisões quando estão em jogo as razões de nossa alma.
O pensador Carl G Jung ensina que o objetivo de uma neurose é, em última instância, recuperar o movimento da vida que em algum lugar foi represado, proibido, tolhido.

A Saúde do Corpo pode ser a Saúde da Alma



Nosso corpo, emoções e relacionamentos estão interligados formando um sistema biopsicosocial, onde os fatores biológicos, influências culturais e a experiência emocional, interagem, se confundem e complementam.

O corpo é o cartão de visita, o que aparece para o outro. É a imagem com a qual o indivíduo pode se relacionar, mostrando o caráter mais conveniente, que lhe proporciona ser aceito, fazer parte do grupo social.

O equivalente psicológico dessa imagem é uma personagem pública experimentada pelo sujeito e que muito comumente se identifica com o ‘eu’. Essa face da personalidade foi denominada Persona pelo Psiquiatra e Psicólogo suíço criador da Psicologia Analítica – Jung, Carl Gustav. A Persona é a “máscara” usada pelo indivíduo em resposta às convenções e demandas sociais. É comum o ego se identificar com a persona em detrimento de sentimentos e aspirações genuínas.

Usado como um depositário de expectativas e tensões nosso corpo se contrai, distende, adoece, engorda, sua, sofre, sente nossas dores e prazeres.

Numa perspectiva holística, já é bastante comum pensar que os conflitos e transtornos psíquicos podem levar ao adoecimento do corpo. Entretanto esta é uma via de mão dupla e devemos pensar que o caminho oposto também é verdadeiro, ou seja, os cuidados com a saúde física vão invariavelmente refletir numa boa saúde mental.

O conceito de qualidade de vida vem frisar que o “bem-estar-consigo” é um referencial de saúde que passa por uma cuidadosa atenção ao corpo. Pele bem cuidada, sorriso saudável, alimentação balanceada, praticar exercícios físicos e sexo, são exemplos que estão em alta quando o objetivo é a paz consigo mesmo.

Portanto, se o corpo está bem, temos um bom motivo para perceber que há saúde e que sua presença só pode trazer alegria e otimismo, influenciando e potencializando outras áreas que, porventura, estivessem precisando de um incentivo para viver mais intensamente!